"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como o oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo"

Mahatma Gandhi

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Notícia: Manter humildade e controle emocional são desafios para jovens com ascensão rápida na empresa.

Como atual diretor da área Comercial da Atento Brasil, que pertence ao grupo Telefônica, o executivo José Octávio Fernandes, 27 anos, obteve rápida ascensão dentro da empresa.. Com três anos de companhia, assumiu um cargo gerencial, e no ano seguinte, conquistou a cadeira de diretor, reportando-se diretamente ao vice-presidente da empresa. “Foi uma mistura de estar no lugar certo, na hora certa, mas também de muito esforço e dedicação integral”, diz Fernandes. Para que isso acontecesse, foram horas intermináveis de trabalho, com a busca incessante pela excelência. Contou pontos, ainda, a facilidade de trabalhar em equipe, ingrediente fundamental nesse processo.Casos como o de Fernandes tornam-se cada vez mais comum no mundo corporativo. Já é freqüente a presença de jovens executivos em cargos de alto comando nos mais diversos segmentos. Mas quais são os principais desafios que um jovem executivo enfrenta hoje? O mercado está recebendo bem estes profissionais? Como lidar com a grande responsabilidade e a pressão de seus cargos contando com pouca idade? Segundo Fabrício Proti, coordenador do Comitê de Jovens Executivos da Câmara Americana de Comércio (Amcham), o espaço para este jovem executivo cresce cada vez mais. “Percebemos que as empresas estão buscando esses profissionais, abrindo mais oportunidades”, observa. “Principalmente para os que demonstram ter mais equilíbrio emocional e experiência balanceada”, afirma Proti. Temas como esse são discutidos pelo comitê da Amcham, fundado em 1999 com o objetivo de manter o elo entre os profissionais que passaram pelo programa de trainees da Câmara. A idéia era garantir um espaço para discutir o papel do jovem executivo no mercado de trabalho, que vem conquistando a confiança das grandes empresas. Na rede hoteleira Grand Hyatt de São Paulo, por exemplo, a média etária do comitê executivo de diretoria é de 35 anos. Segundo Miguel Angel Bermejo, diretor de RH do Grand Hyatt de São Paulo, as vantagens de se trabalhar com jovens profissionais são muitas. Dentre elas, o entusiasmo e a garra, própria da juventude. “Mas para nós é muito importante a humildade”, avisa.. Isso porque para o gestor, muitas vezes, a arrogância, que também é uma decorrência da juventude, assim como a ansiedade e a impaciência, podem atrapalhar esse processo.

Nariz empinado


Adriano Brito da Costa Lima, vice-presidente do RH da Mastercard, que também conquistou o cargo quando ainda tinha 35 anos, concorda que a falta de humildade e a ansiedade são grandes deficiências que prejudicam os jovens profissionais. “Lidar com pressão e grandes responsabilidades são enormes desafios para quem tem pouca idade, mas o mais difícil é administrar o sucesso e não deixar o nariz empinar,” diz Lima. Em decorrência dessas limitações, que só a maturidade é capaz de transpor, muito mais do que o diferencial técnico que um jovem pode oferecer, o que o mercado procura é o diferencial comportamental. "O jovem precisa focar-se muito nessa área, ou seja, procurar desenvolver comportamentos que não se aprendem na teoria, como adaptabilidade, gerenciamento de trabalhos”, opina Miguel Angel Bermejo, diretor de RH do Grand Hyatt. “Hoje, temos que aprender muito mais a ajudar e a cooperar uns com os outros”, completa. Para José Octávio Fernandes, da Atento Brasil, o difícil da ascensão rápida é a expectativa em cima do jovem, que ele considera maior que de seus pares mais experientes. Embora Fernandes tenha como meta sempre a realização de tarefas com o máximo de excelência – o que o ajudou a subir rápido na empresa - , ele conta que não escapa das pressões inerentes à condição de jovem em cargos de destaque. “Você tem que provar o tempo todo que está fazendo a coisa certa, e a margem de erro tem de ser mínima,” diz. Essas dificuldades já são percebidas em empresas como a Mastercard, onde a a questão da carreira meteórica dos jovens ganhou atenção especial. Segundo o vice-presidente de RH da companhia, Adriano Brito da Costa Lima, a empresa procura estabelecer um mix de profissionais em cada área - os mais novos trabalhando junto com os profissionais mais seniores. A expectativa é que a experiência dos executivos mais antigos ajude no amadurecimento dos mais jovens. Outra medida adotada pela Mastercard é investir continuamente no desenvolvimento dos jovens: desde o custeio de cursos de idioma, MBA, e pós-graduação a financiamento de intercâmbio desses profissionais com a matriz em Nova York. “Se um jovem se perguntar todos os dias se o que ele faz tem significado, tanto para ele quanto para as pessoas que os cercam, ele encontrará a resposta na sua persistência e coragem para ir em frente”, conclui Lima. Para Fabrício Proti, do Comitê dos Jovens Executivos da Amcham , o que vai destacar um jovem no mercado é a iniciativa de buscar o conhecimento autodidata, e estar sempre aprendendo. Têm sorte, entretanto, quem traz consigo valores importantes na condução de sua vida e trabalho. Numa das últimas reuniões do comitê da Amcham, que reuniu seus associados e executivos de RH de empresas, concluiu-se que as características que fazem o profissional se desenvolver são elementos que eles herdam dos pais e aprendem na vida, como por exemplo, a ética, o comprometimento com a causa, trabalho, e a vontade incessante de aprender.

Nenhum comentário:

Postar um comentário