"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como o oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo"

Mahatma Gandhi

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Caso empresarial: O risco humano nas organizações


Apsara Freitas, Marilda Vendrame e Jay Reiss*


Há um consenso no meio empresarial de que a falta de mão-de-obra qualificada é um dos gargalos que podem frear o crescimento brasileiro. O diagnóstico mais óbvio considera nosso sistema educacional como o grande responsável pela baixa qualificação dos trabalhadores e pelos baixos índices de produtividade das empresas. Mas é necessário ter uma visão mais abrangente do problema, pois as empresas não podem esperar. Elas querem soluções práticas agora. Por isso, as maiores companhias brasileiras vêm investindo pesado no treinamento e capacitação de seus funcionários. Esse esforço do nosso empresariado já repercute lá fora. Recentemente, o New York Times publicou uma extensa matéria sobre o assunto.

No entanto, esse esforço não garante que os funcionários irão cumprir as metas traçadas pelas empresas. No complexo mundo em que vivemos, o profissional de talento é, antes de tudo, uma pessoa que está bem situada emocionalmente. E este pode ser um problema que pode afetar muitos profissionais.

As empresas preocupam-se muito com o seu posicionamento no mercado, mas poucas percebem que esse posicionamento depende, sobretudo, do status emocional dos seus funcionários. Profissionais muito preparados tecnicamente podem comprometer o seu trabalho se o seu comportamento não ajudar a agregar outros profissionais em busca dos objetivos traçados pela empresa.

O líder sabe que o sucesso da empresa está diretamente relacionado à sua capacidade de envolver a equipe com as metas da companhia. A questão, como salienta o consultor indiano Ram Charan, é que nem sempre as organizações sabem trabalhar o sistema social que funciona à sua volta e que reflete as percepções de seus empregados. Um simples cafezinho com três ou quatro funcionários pode ser o termômetro da capacidade de uma empresa cumprir seu plano de metas.

Se nessa ocasião eles compartilham sentimentos positivos, é porque estão alinhados com os objetivos traçados. Se ao contrário o que predomina é a ansiedade ou a percepção de que estão ali apenas “para ganhar a vida”, bem, não é preciso ser nenhum profeta para antever as dificuldades que essa empresa terá se quiser manter seu posicionamento no mercado.

Boicote Inconsciente

Nem sempre é fácil detectar as razões que levam profissionais a boicotar o plano de metas da empresa. Essa atitude geralmente não é consciente. Justamente por isso se torna necessário ampliar o nível de competência dos profissionais através de uma cuidadosa estratégia de Reeducação Emocional.

Como diz Peter Senge, um dos maiores especialistas em inteligência empresarial, as pessoas tem muita dificuldade para pedir ajuda nas empresas. Como não podem errar - afinal, esse é paradigma vigente, as pessoas acabam desenvolvendo uma série de mecanismos de defesa para manter seu emprego. Dessa forma, jamais estará alinhado com os objetivos da empresa e dificilmente se tornarão um talento.

Indigestão Empresarial

As empresas têm consciência que precisam contar com um sólido e eficaz sistema de gerenciamento de riscos que contemple o controle da informação, da tecnologia, a qualidade de seus produtos, o meio ambiente, fatores determinantes para o seu crescimento e sucesso. Mas o que se percebe, é que muitos dirigentes acreditam que este é o único caminho para a inovação e o aumento da produtividade. Não se dão conta de que a competitividade tem uma outra dimensão da maior relevância, o patrimônio humano. Nesse sentido, a empresa precisa também investir na gestão do “risco humano” para transformar uma possível ameaça em uma potência a seu favor.

Foi pensando nisso que surgiu a EMPRESA COM ALMA, com a proposta de ajudar as organizações a enfrentarem os bloqueios emocionais que tolhem a criatividade dos seus funcionários. Mas, você deve estar se perguntando, qual a abrangência dessa proposta?

Diversos autores já deram o alerta de que as empresas terão mais êxito em seus projetos se entenderem “a hierarquia das necessidades” que permeia a vida de seus funcionários. Isso significa que o sucesso de uma empresa vai muito além de definir metas, perseguir resultados e alcançar uma determinada posição no mercado.

As pessoas têm necessidades que podem ser atendidas por elementos tangíveis (como um plano de saúde oferecido pela empresa), de sentir-se seguro para progredir dentro de uma organização, de fazer parte de um “time”. Há necessidades de estima, que passam pelo reconhecimento do esforço pessoal, e necessidades de auto-realização. Estas, ao contrário do que se pensa comumente, nem sempre são satisfeitas com um aumento de salário. O contentamento por estar fazendo um trabalho prazeroso, por exemplo, é algo que não tem preço.

Você deve estar pensando que uma empresa não tem condições de suprir tantas expectativas. Afinal, “auto-realização” e “satisfação” pessoal são sentimentos muito complexos que vão muito além das metas estratégicas de uma companhia.

Mas aí é que reside o “x” da questão. Uma empresa com alma atinge seus objetivos estratégicos justamente porque compreende as necessidades dos seus funcionários.

E como fazer isso, afinal, no dia-a-dia? O primeiro passo é analisar como a sua empresa vem avaliando as pessoas. O processo de seleção de pessoal, por exemplo, normalmente tem como objetivo encontrar uma pessoa que tenha competência para um determinado cargo. Esse procedimento faz sentido, evidentemente, quando a empresa precisa suprir lacunas bastante específicas.

Mas se ela busca um líder capaz de fomentar resultados na equipe que comanda, é melhor se concentrar primeiro nas pessoas, depois nos cargos.

Além disso, em algum momento a equipe terá de se conscientizar de seus próprios bloqueios emocionais. Do contrário, ela não terá clareza necessária para transmitir o que realmente espera dos seus funcionários.

Nossa Proposta

Nosso foco é a gestão de competências emocionais. Quanto mais uma empresa tiver pessoas qualificadas emocionalmente para lidar com frustrações, pressões, cumprimento de metas, resultados, medo de fracasso, mais habilidade para o sucesso a empresa terá.

As empresas podem ser comparadas a um organismo vivo que tem um corpo (processos e resultados), uma mente (o mercado, o cliente, o ambiente de negócios), nos quais investem fortemente. No entanto, dão pouca atenção à sua alma (as competências emocionais de seus colaboradores). Com isso, comprometem seus valores, suas lideranças e, principalmente, o espírito de equipe. Falta-lhes consciência do risco que correm por negligenciarem as competências emocionais.

Desenvolver essas competências é o melhor investimento que uma em presa pode fazer. Não só para cultivar os talentos que tanto necessita, mas para garantir sua sobrevivência no mercado.

Nossa proposta é auxiliar pessoas e organizações em processos de mudança, sucessão, tomada de decisões, formação de liderança, situação de crises ou conflitos. O objetivo central é fortalecer competências de sucesso através da superação de emoções negativas que dificultam o alinhamento dos funcionários com os objetivos da empresa.

A Empresa com Alma permite uma nova luz sobre os estados emocionais das empresas. Com isso, abre-se uma nova perspectiva para destravar os condicionamentos mentais que impedem a realização do seu plano de metas. Nós pensamos em produtividade, sim. Mas entendemos que o desempenho, o crescimento da empresa será muito mais consistente se ela souber aproveitar de uma forma mais profunda as habilidades e potencialidades emocionais de cada indivíduo.

A Empresa com Alma surgiu da associação de profissionais com vasta experiência e vivência no desenvolvimento e implantação de projetos para gestão de competências emocionais em empresas de todos os segmentos de mercado.

JAY REISS E APSARA FREITAS. Terapeutas organizacionais especializados em relacionamentos, com formação em renomados centros localizados na Califórnia e na Flórida. Durante a última década coordenaram em conjunto programas voltados à gestão de competências emocionais nos Estados Unidos e no Brasil. Ambos têm vasta experiência como assistentes dos maiores terapeutas internacionais, somados a dezessete anos de trabalho em consultório. Em organizações, conduzem processos de avaliação e aperfeiçoamento de competências emocionais específicos para profissionais em posições de comando e também para equipes. O trabalho de ambos é baseado em ferramentas práticas de autoconhecimento que permitem às pessoas reconhecer e aprender a lidar com seus padrões repetitivos, medos e inseguranças.

MARILDA VENDRAME. Psicóloga, com especializações em Gestão de Recursos Humanos, Gestão Avançada de Negócios e mestre em Gestão Educacional. Há anos vem investindo em sua capacitação profissional para atuar como Mentoring/Coaching, participando de cursos, congressos e seminários. Atualmente realiza trabalhos de Mentoring/Coaching em empresas auxiliando executivos em posições de comando a assumirem um direcionamento e posicionamento profissional centrado em suas necessidades, princípios, objetivos e metas.
Os três criaram a Empresa com Alma com o propósito de lançar uma nova luz sobre os estados emocionais das organizações através da gestão das competências emocionais, essenciais para o equilíbrio interno dos indivíduos e das empresas.

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